Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Levar a carta a Garcia
Ou trazer capas de gaspear
Será raspas de capear
Ou cartas de embalar
Já não sei
Se é algo sem regra nem lei
Fico tonto
Confuso
De saber que já não uso
Os correios para tal
Eles vendem tudo
É um negócio chorudo
Sobra o código postal
Correios é pra investir
Pra vender livros de mentir
Ou então sonhos de fingir
Que sonho ir aos correios
Levar por próprios meios
Esta carta que faz rir
Não mais é possível
Correios não é mais nosso
É pra arranjar caroço
Pra quem mais tiver
Não é pra enriquecer
É de promover o crescimento
Da riqueza acumulada
E o resto sem nada
Assim se faz este viver
Longe vão os tempos
Da pujante mala-posta
Levava a correspondência suposta
De Lisboa até ao Porto
Em tempos há muito idos
O caminho era torto
Por entre o Casal dos Carreiros
Para os primeiros carteiros
Pioneiros da resposta
Por entre buracos da estrada
Na corrida apressada
Vertiginosa Infernal
Até à capital
Buracos na estrada
Quem a esburacou
Foi tanto artista que por cá passou
Que os buracos de ontem
São os mesmos de hoje
E se acossados
São quem mais foge
E o correio é pra saldar
Mais não é que roubar
É tudo o que o homem do caroço quiser
Só não é pra o que devia
Enviar uma carta a Garcia
Por muito que alguém queira
Esteja lá onde estiver
As ideias são minhas
O dinheiro não é meu
A única coisa que tenho
Além do que sonho
É sobretudo dever
Devo impostos submissão fiscal
Querem eles valores omissos
Fidelidade aos compromissos
Imponho-me eu
Nem que fique sem tostão
Queiram esses ou não
Continuo a dever
Vassalagem fora de questão
Por mais que me amarrem
Devo a mim próprio outro bem
A liberdade de pensar
Pensar diferente
Sem algemas morais
Essa liberdade que vale mais
Se quiser cada um tem
Se não se resignar dia a dia
Chegará a carta a Garcia
LUMAVITO
12/06/2013