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É o trilho do elétrico amarelo
Que passa buliçoso
O cortinado da janela
Espreita a calçada
O vagabundo dorme
No banco de jardim
O cobertor é de plástico
E um cartão
Os gatos espreitam o cio
Capto o olhar do transeunte
Turista nórdico encalorado
Num mês que é mais frio
Santa Apolónia está calma
Os comboios descansam da viagem
Ancorados na almofada
A cidade ensonada
Escuta o deslizar do rio
Na manhã de sábado
Cinzento e preguiçoso
Há um ambiente soturno
A pairar
E porque não é dia de trabalho
Os cacilheiros já não correm
Deambulam
Respirando fundo
E porque não gostas do vento
Nem da chuva
Ficaste em casa
Dizes tu
No quentinho
O sábado é pra descansar
Eu vagueio
Sem rota nem relógio
deslizo nas ruas semi desertas
Banho-me
Na pacatez do silêncio
LUMAVITO
13/06/2015