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No teu retrato
Vivo a saudade
Tu que
Chova neve
Ou em tempo de bonança
Estás sempre presente
No teu retrato
Nos teus olhos
Vejo o teu sorriso
E sei
O que te vai na mente
No teu retrato
Na tua face
O teu alento
Está patente.
Naquelas coisas que no tempo
Nos apetece diluir
Aos setenta foste viajar
Para bem longe
Procurei-te em nenhures
Não te encontrei
E mesmo que nos procures
Não nos vais encontrar
A não ser daqui a uns tempos
Não recuamos um passo
A esses momentos
E então
Daremos novo abraço
De início
Sentimos isso ao jantar
Já que nos habituaste
Que o dia foi feito
Para trabalhar
E crescemos
Reunidos ao início da noite
Mas lá porque em oitenta e sete
Foste embora
Tu estás aqui
Eu sinto
Talvez a brisa o sopre
Em oitenta e sete
Foi um ”até sempre”
Capto o teu odor
Escuto o teu respirar
Envolvo-me em conversas
Contigo
De longa data amigo
A tua sabedoria
Quero beber
Anoto os teus conselhos
Aproveito o teu saber
Homem dos sete ofícios
Não abarca a dedicação
Já que
Parco em palavras
És homem de ação.
És de profissão
Cantoneiro
Agricultor
Cozinheiro
És canalizador
Enfermeiro
Vedor
Negociante
És pastor
Pedreiro
Nadador salvador
E não viajou como tu
Entre nós
Testemunho verdadeiro
Mas és muito mais
Tu és o rio e és a ponte
És a fome e o alimento
És a água e és a fonte
És a sorte e o portento
És a noite e o dia
És o silêncio e és a voz
És a luta de quem porfia
És o exemplo para todos nós
És na guerra o aliado
E o soldado
Que és na paz
E és inspiração
Pai Tomás
LUMAVITO, 15/11/2014
(Dedico este poema a toda
a minha família Tomás)