Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
As rochas param
Os montes fitam
As nuvens pairam
O chão desliza
Passo a passo
A trote Ou a galope
O amigo pisa
Impelido pelo vento
Que é contrário
Corre contra o tempo
Contra a maré
Vai mundo fora
Montes e vales
Empedrados e areal
Não chega ainda
Nem para agora
Há sempre mais uns metros
Decâmetros hectómetros
Quilómetros
Pés a correr estrada além
Qual fome de descobrir
Mais um canto um caminho
Uma surriba
Não dá fome a corrida
Dá fome de corrida
Pés de éter de veludo
O chão não os sente
Ri de contente
Este pensar a que aludo
Por saber que esta gente
Tem o prazer na ponta dos pés
É isto que ele sente
É isto que aquele conta
É isto que tu és
No meio do silêncio do vale
Tantas vozes
Vozes silenciosas
Sussurram
Palavras pingadas
A rasgar a cara
A paisagem te admira
Olha essas pingas de safira
Que evaporam
Em cada pedalada
A mata te atira
Uma seta de orgulho
De sabor, de prazer
Por saber
Que estás a limpar o entulho
Do teu corpo,
Que, esse sim
Te levará a bom porto
Orgulho no que fazemos
Com os pés com as mãos
Pernas braços e cabeça
Qual palato da vida
O gostinho especial
Estar com os amigos
Aqui, neste local
Ou noutro lado
Cumprir sonhos antigos
De menino
Passar à realidade
Com esse teu porte fino
Deslizar pelas nuvens
Sonho corrido e cantado
Seres o campeão
Do mundo da alegria
Axioma de satisfação
No teu silêncio
Vais aos outros contando
Sem palavras
Eles entendem esta linguagem
Ao José ao Fernando
Ao Joaquim ao Leonel
Ao António ao Armando
Ao João e ao Manel
A todos
Por entre frondosa folhagem
Por tanta história seguida
O silêncio do vale para
E siga a vida!
LUMAVITO
22/6/2013
http://avidarimar.blogs.sapo.pt/