Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Eu…
Eu quero saber quem sou
Esta forma insistente de questionar
Eu Que não vejo em mim
Uma fórmula regular
Com estes genes Que não conheço
Quero saber porque sou eu
Quero Por tudo o que olho Ter apreço
E saber que Apesar de tudo
Esse ser não parou E cresceu
Atingir o limite do porquê
E para lá da ilusória aparência
Para além de olhar Ainda vê
E eu cresci Pensando
Não recordo o trajeto de início
Nem sei que caminho Desde quando
Sei que estive bem perto do precipício
E todos os dias sem parar Pergunto
Mais de mil coisas por saber
Mil questões de qualquer assunto
Todos os dias Mais perguntas num enredo
Em casulo
Tantas questões em segredo
Sei apenas Que quero ir do horizonte para além
Tantas coisas eu formulo
Sem que para partilhar Tenha alguém
Todos aqueles em que chorei
Os dias todos sem fim
Todos os dias em que ri
E os sonhos
Os sonhos que de facto Sonhei
Os sonhos que pelo caminho Perdi
Todos eles Deram força Deram alento
Quando acordado Me encontrei
Quando exausto Sonolento
Mas não descurei
Fixando-me com olhar atento
Eu…
Eu sonho
Que quero ser mais alguém
Quero continuar a ter sonhos
Muitos mais Tantos
Mas quero também
Uma cabeça pensante
Dois pés assentes
Que me aflige desequilibrar
Nem que seja por um instante
Tenho desejos prementes
Que me fazem despertar
Sem que me obriguem a obedecer
Eu quero ser…
Eu quero ser eu Quero ser alguém
Que Para lá do material Se sente ser
Alguém que Para lá do mortal Deixe perguntas
A que alguém consiga responder
Nem é preciso que mo diga
Mas se quiser Me indique o caminho
Todos os dias quero aprender
E alimentar este bichinho
Mesmo depois dum dia cheio
No limite da fadiga
Desfrutar de mim no que creio
Haja alguém que me diga
Que há muito por saber
Quero saber porquê
Porque nada tendo Me sinto bem
Me sinto cómodo
Posso ter frio Posso não estar agasalhado
Mas fome Não
A fome não me deixa pensar
Não suporto Não aguento
Provoca-me ansiedade Paralisação
Mais que o conforto Careço de alimento
E assim
Sinto-me confortável Sinto-me muito bem
Já que perguntas Não me faltam
Para tentar responder
É como Comer
Saborear tal prazer
Viver sabe-me tão bem É tão agradável
Estar aqui neste degrau Desta escada
Tão ingreme E irregular
Esta escada da vida Que é interminável
Mas sei também que há para mim
Um último degrau
Não sei se é o fim
Não me agoniza
Nem o sinto mau
Sabemo-lo É a natureza a funcionar
Tudo nasce E tudo acaba
Não temo esse último degrau
Onde hei de tropeçar
Sinto-me convicto E não minto
Desconheço se é instinto
Que quando acontecer
Mais perguntas Terei por fazer.
Qual é a força motriz
A mola que impulsiona
Que a qualquer pergunta me diz
Para além do que questiona
Que a essência de viver
É o contínuo Questionando Aprender
LUMAVITO
22/02/2015