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Germina a semente o rebento de estaca
O ramo submerso na terra Fixa raízes
Parto vegetal Natural
Sem ferros Nem cesarianas
Com o resplandecer do sol
Os raios rasgam a neblina
Húmidos ficam os óvulos
E o esperma
Da vontade de desabrochar
Gema que rompe a pele da semente
E ergue-se Rumo à luz do dia
A crosta da terra estala lenta
Em sinal de águas rebentadas
Desabrocha jovem Atrevida
Rumo à dureza dos dias Das noites
Em permanência Olhar atento
Como sentinela Firme Não dorme
Postura ereta Imponente Vertical
Constante Eminente
Sedentária e dinâmica
Atenta Interventiva
Porque não altiva Senhora do seu espaço
Acompanha a sua sombra rodopiante
Vira-se ao sol verga-se ao vento
Indiferente à chuva e ao tempo
Floresce Tal como a Primavera
Reveste-se de plumas verdejantes
Aloira as vestes Ao longo do Verão
Despe-se em público Acompanhando O austero Outono
Segue os passos gelados Do rigor do Inverno.
Juntas Fazem a floresta
Enigmática silenciosa solidária
Constatam em assembleia Geral Ordinária
A presença por perto Do bicho humano
Mau vizinho Quezilento Interesseiro
Egoísta Vingativo Manipulador
O único ente traiçoeiro Que mora por baixo do sol
E todas crescem Agarradas ao chão Que as sustenta
Suporta Impávido acolhendo a folhagem solta
De Outono Dá-lhes alimento Todos os dias
Sem interrupção Incansável da companhia solitária
Porque até na morte Agarradas a terra cara
Olham o céu As árvores
Continuam de pé
Só o machado os separa
LUMAVITO
21/12/2014