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DE PÉ UMA VIDA

por avidarimar, em 14.04.15

Germina a semente       o rebento           de estaca

O ramo submerso na terra         Fixa raízes

Parto vegetal                    Natural

Sem ferros         Nem cesarianas

Com o resplandecer do sol

Os raios rasgam a neblina

Húmidos ficam os óvulos

E o esperma

Da vontade de desabrochar

Gema que rompe a pele da semente

E ergue-se          Rumo à luz do dia

 

A crosta da terra              estala lenta

Em sinal de águas rebentadas

Desabrocha jovem         Atrevida

Rumo à dureza dos dias                               Das noites

Em permanência             Olhar atento

Como sentinela                               Firme                    Não dorme

Postura ereta                   Imponente                        Vertical

Constante          Eminente

Sedentária         e dinâmica

Atenta                 Interventiva

Porque não        altiva                     Senhora do seu espaço

Acompanha a sua sombra           rodopiante

Vira-se ao sol    verga-se ao vento

Indiferente à chuva                       e ao tempo

Floresce              Tal como a Primavera

Reveste-se de plumas verdejantes

Aloira as vestes                               Ao longo do Verão

Despe-se em público    Acompanhando               O austero Outono

Segue os passos gelados             Do rigor do Inverno.

 

Juntas                  Fazem a floresta

Enigmática          silenciosa            solidária

Constatam em assembleia         Geral     Ordinária

A presença por perto                    Do bicho humano

Mau vizinho       Quezilento                         Interesseiro

Egoísta                 Vingativo            Manipulador

O único ente traiçoeiro                Que mora por baixo do sol

 

 

E todas crescem              Agarradas ao chão          Que as sustenta

Suporta                               Impávido            acolhendo a folhagem solta

De Outono         Dá-lhes alimento                            Todos os dias

Sem interrupção             Incansável          da companhia solitária

Porque até na morte     Agarradas a terra cara         

Olham o céu As árvores

Continuam de pé

Só o machado os separa

 

LUMAVITO

21/12/2014

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publicado às 21:08


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Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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