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PINCELADAS

por avidarimar, em 08.05.16

O pincel rasga o coração do pintor

Feito refém da corda noite

E dos sons dos pássaros

Que esquartejam os tons da tela

Num tempo sem réstia de tempo

Pra registar as sílabas do desespero

 

Aprisionado pelo olhar

Ao mesmo tempo

Libertam-se fumos espessos

A música instrumento

Condensação de vapores

Na expressão revolta da paisagem

Só as pedras não sentem o momento

 

A cumplicidade é um desejo

O pincel é o ensejo

Feito ansiedade

Catapulta um grito de revolta

Rascunho do sentimento à solta

 

 

LUMAVITO

CLXXIII

20160304

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publicado às 14:48

BRINCAR

por avidarimar, em 08.05.16

Quero brincar e rebolar

Despir-me da imagem e do conceito

E ser eu sem preconceito

Quero ser livre e imaginar

Que o mundo não tem defeito

 

Saltar o muro da vulgaridade

Saborear o sumo da irreverência

Sentar-me no antípoda da aparência

Brincar ao jogo da igualdade

Se me sujar        paciência

 

Chapinhar descalço na poça da estrada

Estornicar o aperaltado passeante

Sentir-me à solta por um instante

E por uma vez não acontecer nada

Que não seja uma piada

E com nada de humilhante

 

Saber brincar até bem tarde

Fazendo da vida convicção

Problemas de geração não serão

É antes uma chama que arde

E queima desmedida ambição

A quem pelo fácil aguarde

 

 

LUMAVITO

CLXXII

20160129

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publicado às 14:19

VIDA NÓMADA

por avidarimar, em 06.05.16

Recomeça-se a casa todos os dias

E o caminho secreto do vento

Descobre novos cantos de aconchego

Sela-se a porta da entrada

O sonho escureceu

E o despertar repentino no desconhecido

 

A derme das palavras

Cobre as paredes de nostalgia

As sombras ficam pra trás

A azáfama toma conta

Da sofreguidão do momento

Salpicado pela fadiga

De uma vida nómada

O tempo o discurso e o corpo

Plantam raízes

Num dia mais além

 

 

LUMAVITO

CLXXI

20160505

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publicado às 12:14

PALAVRAS

por avidarimar, em 06.05.16

Armas que são palavras

E palavras que são projéteis

Elementos que se vestem de projeto

Da paz pelo núcleo das palavras

Na forja das palavras marteladas em concerto

Com elas cinicamente se faz a guerra

Com palavras a amizade prolifera

 

Com o sol das palavras floresce a árvore

E o fruto verde em crescimento

O fruto maduro que se colhe

Palavra é fruto podre que cai ao chão

E se rejeita à hora da refeição

 

Palavra é vida temperada com amargo

E o lado doce da existência

Palavra é bomba que estoira a nossos pés

E perfume que se espalha de lés a lés

Manada desgarrada à solta

E chilrear da passarada à nossa volta

 

Palavra é euforia e lamento

É ser e expressão do sentimento

Palavra é sorrir e chorar de frustração

Palavra é razão e o ensejo

De viver nas malhas do desejo

Ignorando as algemas da ilusão

 

Palavra é mentira frente ao espelho

Não aceitando a imagem da verdade

Palavra é caracter de escritura

Ao sabor das notas da partitura

Palavra é honra e faz de conta

Que encarna a dor que nos afronta

 

Palavra embaixador dos sentidos

E o porta voz de tempos idos

Palavras que são atos

E as suas omissões

Com elas se enunciam entraves

E com elas chegam as soluções

 

Linguagem      universo de palavras

Ou babilónia da expressão

Palavras que são calor e são o frio

Sons balbuciados ao desvario

Palavras são a brisa da saudade

A face vertical da dignidade

Palavras usadas com razão

 

Palavra é prémio e castigo

É conforto vindo de amigo

Com elas se percorre o vale

Vivendo nas palavras o silêncio

Provando do mel

E do fel

Palavra confirmação e prenúncio

Palavra património imaterial

Com palavras                         da terra se nasce

Com elas a morte se arremessa

Com elas naturalmente se morre

Sem mais palavra

E sem pressa

 

LUMAVITO

20160114

CLXIII

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publicado às 12:12

SERÁ PAIXÃO?

por avidarimar, em 04.05.16

Manhã cedo

Extensa fila

Paira no ar

O vermelho dominante

E um ligeiro bruar

Sem cessar um instante:

“a equipa B jogou desfalcada”

“se calhar            tanto esforço pra nada”

 “até os comemos”

Paixão coletiva

E não fazem por menos

 

Esvoaçam medos e sonhos

Quando tudo isto

Por lugar de eleição

No último jogo

Sentimentos tamanhos

Ver o glorioso “campeão”

Homenagem ao “pantera”

Em dia de primavera.

 

 

LUMAVITO

CLXXI

20160504

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publicado às 12:33

MAR AGITADO

por avidarimar, em 04.05.16

O mar agitado

As vagas alterosas

Ameaçadoras

A barcaça agitada

Em constante sobressalto

O casco balouça

Como face de pugilista atingido

Só parando nas cordas do ringue

E o sol não brilha

O vento sopra de raiva

E dispara a água salpicada

Pela aresta da quilha

 

Dentes cerrados

Espírito de amargura

Corpo rígido curvado

Como viga pressionada

Pelo peso do telhado

E dá sinais de rotura

 

A pescaria deixou de importar

Em porto de abrigo

Os danos serão reparados

Urge resistir

E chegar a terra

 

 

LUMAVITO

CLXIX

20160503

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publicado às 12:28


Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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