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O sol renasce todos os dias
De um sono cravado de breu medonho
A alvorada é o renascer de um sonho
De acordar sem obscuras profecias
O dia é uma jornada
De pedras e de árvores
De terra e de rios
De emoções e arrepios
De obra a enfrentar
Sem espaço nem jeito pra vacilar
O dia é o concreto
Puro e duro escancarado
Com chuva agreste e sol dourado
Com vento forte e com calor
Com frio intenso e com fervor
O dia é o discurso direto
E o caminho alicerçado
Para local acolhedor
O sol nasce e renasce
Todos os dias
E faz esquecer
A dureza das noites frias
O sol nasce
E o caminho faz-se
No dia a dia
Com reinvenção
E alegria
LUMAVITO
20160204
CLVIII
Em terra plana entre socalcos
O ruído da chuva intensa do inverno
Das mãos a casa sobre a rocha
Erguer
Com barro e lágrimas
Argamassa como cola
Brotam sentimentos como raízes
E filhos
Os choupos vergastados pelo vento
E os pardais migrantes
Rumo ao sul
O eco do tempo em rodopio
Como a fúria do furacão
Faz-se ouvir ao longe
E longe vai a esperança
E o desejo
Em renovação constante
E os sonhos erguem-se
Em paraísos enraizados
Na outra vertente do hemisfério
Memória é uma viagem
Gravada nas vestes do peregrino errante
Sem santuário para orar
Nem poiso de descansar
Como rolo compressor
Fica gravada nas estórias do tempo
Ressuscitando como lenda
Na magnitude da história
LUMAVITO
20160201
CLXVII