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NUNCA É TARDE

por avidarimar, em 19.09.15

IMG_0018.JPG

 

 

Andaste

Foste

Não mais paraste

Perdi-te de vista

Tu que me acompanhaste

Nos momentos de regozijo

Tu que nunca me desprezaste

Em momentos de desespero

Deixaste-me sem folego

 

Procurei-te pelas avenidas

Nas praças

E junto ao rio

Onde aos fins de tarde

Adoravas passear

Comigo a registar momentos

Em formato digital

Tu a contemplares o Tejo

A ponte e os cacilheiros

O rio e o sol-pôr

 

Rebusquei-te pelas vielas

E até pelos jardins

Atrás das flores

Ou não estivesses tu

Por detrás dos cisnes

Que se devaneiam

Pelas águas deste lago

 

Por detrás dessa aparência

Desenterrei o desânimo

Esse estado de alma

Desse meu outro lado

Obstinado

Essa que foi vontade indomável

Cresceu em inquietação

 

As ruas outrora folionas

As praças antes festivaleiras

Agora silêncio sepulcral

Não é sossego

Nem paz de espírito

Cheira a medo disfarçado

Em cada face envergonhada

E nas pedras da calçada

Paira um odor

A mentira travestida

Que se entranha na pele

 

Os dias que correm

Um sobressalto permanente

Num acordar de consciências

Ponto de partida

Vale a pena sonhar

Nas nossas mãos a tua reconquista

A confiança perdida

 

LUMAVITO

20150918

CLIV

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publicado às 01:00

AS VOLTAS DO MUNDO

por avidarimar, em 12.09.15

Feliz surpresa no reencontro

Quando olhaste rendida para mim

O silêncio dos beijos eleito tema

Sentados no banco de jardim

Foi belo e arrebatador o teu poema

 

LUMAVITO

20150912

CLIII

117.jpg

 

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publicado às 15:02

NA RUA SEM NOTÍCIAS

por avidarimar, em 11.09.15

Na encosta e na estrada desta rua

Há um sol que caminha

E vigia os corpos esguios

Que passam lentos

As andorinhas já se foram

As silvas enleadas

Amoras preto-reluzente

Num matagal de enigmas

As casas brancas e amarelas

Atentas observam

O frenesim dos carros tresloucados

Recortando o silêncio tranquilo

 

Esta estrada e esta encosta

Nesta rua

Conhecem também o tempo verde

E o da chuva copiosa

Que liberta a água frenética

A caminho da sarjeta

Já passaram pelo tempo castanho

Das folhas secas

 

Só a gente é a mesma

Triste e cabisbaixa

Desalentada

E não há mais notícias de relevo

Nesta carta que vos escrevo

 

LUMAVITO

20150911

CLII

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publicado às 19:40

POEMA DE RESISTÊNCIA

por avidarimar, em 11.09.15

Do cimo do monte

Olho em redor esta terra

E da brisa que flui

Fica da tristeza o odor

O eco das vozes deste povo

Penetradas na dor

De quem luta até à exaustão

E por compensa nada de novo

Apenas uma luta em vão

 

No cimo deste monte

A brisa não para

E os homens lá em baixo

Caminham solitários

Na estrada de chuva

Que os leva a parte nenhuma

E nos olhos o cansaço

Da vã glória de sonharem

Outro país florescido

E o sonho parece perdido

 

Do alto deste monte

Bem alto gritarei

Os sussurros dos homens vergados

E se alguém encarnar a dor

Em tons mais elevados

Venham de todos os povoados

Juntem-se todos a nós

Bem no cimo deste monte

E lutem

Pelos que já sem voz

Buscam também

A água desta fonte

Donde brotam os versos da resistência

E correm firmes à foz

Em busca da sobrevivência

 

Cantemos dia e noite o poema

Do alto desta montanha

Ao redor do crepitar da fogueira

Deixemos a nossa trincheira

Só ao medo a algema

Nesta missão suprema

Montemos cavalos alados

Num país sem ignorados

 

LUMAVITO

20150903

CLI

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publicado às 19:38


Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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