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Nas dunas fustigadas junto à praia
Foge-me o pensamento
Levado pelo vento norte
Levita nas águas misteriosas do mar
Até desaparecer no horizonte
Talvez o surfista me empreste a prancha
E me ensine a navegar
Para o buscar lá longe
Onde o imaginário bebe da fonte
Mas só se o tempo estiver de bonança
Vou conseguir dar volta ao mundo
E encontrar a torrente da mudança
Por cá
O desânimo inundou-nos
Os novos foram em busca da esperança
Que aqui lhes saquearam
Tornando a sorte uma miragem
Por cá
Só os quarenta e outros entas Ficaram
Uns sem trabalho
Tantos outros sem emprego
Uns engordam a estatística
Outros nem contam
Tratados como trapos empecilhos
Os velhos arrastam-se pelos cantos
Talvez
Talvez quem sabe se em Setembro
Os que são velhos com quarenta
Talvez em Outubro
Quem sabe se os sorrisos
Não rasgam a vergonha que transportam
Talvez os jovens que emigraram
Talvez eles voltem
Ou não…
LUMAVITO
14/04/2015