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POEMA RASGADO

por avidarimar, em 16.04.15

Julgava-me perdido

Na selva dos choros ácidos

Não fui eu que fugi

Deixei-me ir       resvalando

 

Penso um rio e um cavalo

Às vezes fogo   tantas vezes lama

Agarrei-me às paredes ténues do êxito

Fui arrastado na enxurrada

De lobisomens e vampiros

 

A tortura é infame

Sugam                  sorvem-me o sangue

Que se arrasta nas veias ressequidas

Do trânsito citadino

 

Seco os pensamentos desventrados

Numa encosta soalheira              abrasadora

E rasgo no chão o poema

Das palavras agrestes

Do xisto estéril da pedreira

Sei do marasmo latente

Na melancolia encarcerada

 

LUMAVITO

13/04/2015

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publicado às 23:15

FAINA

por avidarimar, em 16.04.15

Nos sulcos do mar do teu cabelo

Um bote cruza as ondas agitadas

Na tua face

Um olhar fugidio

Consome os gestos perdidos

Da aurora boreal

 

No piano do teu peito ofegante

As teclas rangem

A melodia das gaivotas

Que esvoaçam em redor das redes

Prenhas de peixe

 

As tuas mãos estão mobilizadas

Tensas                 Trémulas

Aguardam qualquer coisa que lhes escape

E lhes dê fruto                  de tanto esforço

 

E os teus pés

Pisam as cordas da viola

Pasmada da violência da faina

O som abafa-se                               no cansaço

 

As canastas estão cheias

E a orquestra parou

Escuta-te

Vê-te consumir o tempo

Esse tempo que nos falta

Mas não faz falta

Para estarmos…

Grito de espanto

Saboroso este viver

Ver desligar a luz do sol

Finda que está a esfrega

E o teu corpo ensaia

A agitação das águas

 

E começa a dança            da tua silhueta

Pelo meio da refrega

Sorrateira

A penumbra toma conta do momento

Porto de abrigo

Onde roçam os cascos da fadiga

Os lençóis escondem a nudez

Dum mar profundo de segredos

Misterioso é o sono

Balouçando nas águas da bonança

 

LUMAVITO

09/04/2015

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publicado às 22:58

ALIVIADO

por avidarimar, em 16.04.15

Sentado ou de cócoras

Alivio da pressão

No centro comercial

Ou algures pelo campo

Fugindo à confusão

 

É primário           por isso vital

Como é comer e beber

Presta-se ao modo informal

Descer as calças pró fazer

 

Estranha forma de libertação

Prazer picante se obteve

Deixar atrás a carga em ebulição

Largar o poiso onde se esteve

E ficar bem mais leve

 

LUMAVITO

08/04/2015

imagesJKQI03ED.jpg 

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publicado às 22:52


Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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