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DA PALAVRA A CULTURA

por avidarimar, em 11.04.15

Palavras são grãos de areia

Neste areal profundo

Em tempos de maré cheia

E o são também

No alongar da maré vazia

À luz que a lua sustém

 

Entrelaçadas em teia

Emaranhado confuso

Não correm, não mordem

Mostram-te tudo aquilo

Que queres ver

Mas o olhas de modo obtuso

São rigor, são pudor

Dor

Alimento             Sustento

Do que te vai na alma

Linha do teu caminho

Que corres de farta calma

São limpeza       nobreza               ligeireza

O que tu queres que seja

Expressão dos teus lábios

Para incultos e sábios

Seja aquilo que for

São a tortura máxima

De quem tudo deseja

 

Com palavras eu choro

É com palavras que grito

Durmo                  respiro

Ando     desando

É com elas que aflito

Choro com palavras

Berro    Canto

Emociono

Com todas as palavras

Que tu lavras

Regas

Olhas    vês

Palavras com “tês” com “cês”

E também com ”pês”

E agás

De rara palavra de honra

Por tão parca ser

Não encontro rima

Que está para lá

Da espuma dos dias

Algo que eu busco

E tu crias

 

Palavras que o vento leva

E o tempo logo trás

Vejo-as aos montes às resmas

Aos pontapés

Maltratadas       enjeitadas

Sofridas

Mas são ainda amor

Pelo clamor, pela chama

Paixão enrolada

Do turbilhão de ideias

Que a mente, de imediato

Não filtra

Preciso não é, não cortes

A palavra que agride

Amanhã também te afaga

Te dá nortes

Na dor que te dói,

Por maltratarem estas palavras

Que declamas

Em cada passo

Que avanças

Sem sair do mesmo espaço

 

Com elas tu pensas

Mesmo que não digas

Escreves

Elas são magia   São alma

Que com gélidas neves

Tu refrescas o pensamento

Pensado

Adorado

Rebatido

Pensas que o mundo é puro

E lhe podes contar todas as palavras

Mundo sujo, ainda assim

Aproveita a palavra tua

Para de forma nua

Se atirar contra mim

Ou a ti

Todos os que não sejam arma

Para o seu próprio fim

 

Palavra a tudo serve

Incluindo o saber

Tão simples e tão intensa

Ao menino a luz adensa

E ao regato         Ao riacho,

À ribeira              Ao rio    ao mar

A palavra segue o fluido

Da nascente

Qual caso que brota

A força das palavras

Que em catadupa

Te fazem sentir

Melhor                 pior

Preguiçoso buliçoso

Assim ou doutra moda

Elas que saltitam

Não as consegues todas apanhar

No ar da tua ilusão

De a vida sorver com sofreguidão

Os momentos da vida abrupta

 

Se palavra é cultura

Peguei numa palavra

Qual grão de areia

Analisei-a ao microscópio

Vi forma              estrutura            textura clivagem

Vi coragem, cobardia

Vi ódio, amor, calor

Vi vinagre           unguento

Descobri trompa de Falópio

Entranhas e peles

De todos aqueles

Que não querendo ser eles

Compraram máscara de bondade

Não se escondem o dia todo

Toda a vida

A trapaça cai

E no microscópio vi a verdade

Rija, mole, bela, funesta

A vontade também encontrei

Naquele pedaço analisado

De lixar o outro                                minei

Vi o mundo dos espertos

Sem vergonha e sem lei

Estou farto         vista cansada

Do tudo vi o nada

De tudo o que nada sei

 

Parti daquela análise

E a outras paragens migrei

Fui analisar-me

Quanta vastidão

Não só solidão

É um caixote bem fundo

De areia escurecida

Pelo escuro dos dias

Gritei um “NÃO” rotundo

A esta brutal confusão

 

Quero arrumar o caixote

Para entender o mote

Que não tenho armado

Quero-o antes, escalonado

De lógica razão

Pozinhos de emoção

Lucidez que baste

Para palavras usar

Que não são minhas

Não as inventei

Delas me apropriei

E fiz meu o pensamento

Quero dele o sustento

Para dele dizer

Ara, cultiva, lavra

A lógica, a razão, emoção

Desse grão chamado “PALAVRA”

 

Se palavra é isto tudo,

O que será “CULTURA”?

Agarro no dicionário

Microscópio da palavra

E o termo encaixa

Que nem luva de seda

arte, modo de cultivar

Pois é                    arte

Arte de amar, de ver, de sofrer

Arte no entender

Que tudo o que sabemos

É arte de crescer

 

O sonho é uma arma

Que encontrei no dicionário

Do vocabulário de entender, de sofrer

De pasmar

De pedir conselhos        de aconselhar

Dá-nos asas para altos voos

Terra em terra, verso a verso

Poema do meu encanto

Aquilo que agora peço

Que respeitem a dor

Que não seja favor

Soluçar de tal pranto

 

Pranto de alegria e sabor

Rosas do meu jardim

Continuar o empreender

O que tenho para contar

Não procuro exaltação minha

Quero interpretar o mundo

A voz que tem para, sem par

Amar, repartir, conquistar

Novos lados, novos espaços

Lugares, vivências, tolerância

Não me peçam para ser breve

Nas palavras, nos traços

Tamanha a minha ânsia

Sem limites, com lisura

De espalhar o meu pulsar

Que o que nomeio

Tal importante objecto

Face outra da cultura

 

 

Quero saborear a cultura

Em todos os passos que der

Estrada fora

Caminho longo ou curto

Na esquina do centro comercial

Ou dentro dele

Na rua, no bosque, na floresta

Entre muros e vielas

Aquilo que aprouver

Por tudo anseio e nutro

Carinho raro e maior

Que aquela dor me ajudou

A saber que o sentir entrou

E teve parto sem dor

 

Olho os números

Logo fito

A lógica, o pragmático

Aceitável, responsável

Forma de resistir

Sem matemática             que seria

Mercados não havia

Só dos mercados da praça

Trocarmos carne por massa

Vitelos gordos por castelos

Sombras por camelos

E tonteiras por alegria

 

Outros grandes Mercados

Nosso rol de esquecidos

Seriam tempos perdidos

Acorda e não os marginalizes

Eles são fatia integrante

Deste mundo galante

Que se mostra travestido

De nós faz usura

Com propósito assaz, diferente

Do que entendo cultura

 

Mas cultura também é isto

Para que te sintas avisado

Não é apenas canto lírico

Fado ou supermercado

Futebol ou serradura

Telenovelas de embalar

Notícias alarmantes

De parangonas munidas

“lógica lunar”, tino muar

Qual coice de mula

Algo que não encubra

E nos obrigue a pensar.

 

Quero cantar o tamanho

O peso, a largura, o pensar alto e baixo

Em cada coisa que mexe

Que te olhe de frente,

Pensar que o pensamento

É coisa de alento

Para quem ousa pensar

Que a única coisa lógica a abordar

É discutir o evento

 

Cultura é evento, é bom tempo

Chuva da grossa e miúda

Cultura também é

Bela forma de olhar, o trigo, o mar, o céu

Tudo o que vastidão cultiva

Saber estar        saber    ler

Escrever

Tudo o que a gente cuida

Que é importante falar

Ou pensar, que o digam

“fala de modo exemplar”

 

Grãos finos de areia

Em habitual prática de respirar

São lógica falante

Daquilo que calado é

Montes deles impressionantes

Empurrados pelo balançar da maré

Grãos da nossa cultura

Nosso saber, completo

Longe está

Qual curva parabólica

Que nunca se junta à linha

Que persegue

E longe estará

 

Cultura não é pensar único

De quem se propõe filosofar

Nem que ligues todos os grãos

Da tua praia de saber

Por mais voltas que dês

Não ligarás todos os bagos a teus pés

 

LUMAVITO

13/06/2013

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publicado às 23:54

CARO AMIGO PEDRO

por avidarimar, em 11.04.15

Promessa não passa disso

e a vida é mais que isso

não quero ficar em falta

e nestas coisas, exigente é a malta

Ou cumpres promessas lavradas

ou cospem na tua cara

o que à promessa chamaste farra

 

Em anexo seguem

algumas frases banais

Mais que a forma, o conteúdo

Daquilo que sobretudo

Te possam parecer formais

 

Um abraço do matagal

bem longe do laranjal

Não é pra rimar não importa

que seja por esta porta

Que conheces mais um animal

 

LUMAVITO

11/06/2013

 

(Ao Pedro Reis)

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publicado às 23:43

GATO POR LEBRE

por avidarimar, em 11.04.15

Anda um gato assanhado

No muro do meu quintal

Pelo eriçado rabo escondido rasteiro

Na zona mais escura do muro

Que o suporta

Não corre risco de dali sair

Sem que tenha que fugir

Para outro poiso mais seguro

 

Junto ao muro do meu quintal

A minha cadela ladrou

Estava um gato assanhado

Achou aquilo um espanto

Ter um gato à mercê

Vá-se lá saber porquê

É, de facto, coisa brutal

Teve cuidado, no entanto

Que tal gato assanhado

Não subisse ele para o telhado

E lhe escapasse daqui

 

Não rima mas é verdade

E o bicho bufava

Vinha acossado de outras bandas

Não deviam ser coisas brandas

Era situação de aflitos

Gente atrás dele aos gritos

E ele espumava

Não há buraco por perto

Que me esconda por certo

De tal incompreensão

Que austeridade é útil

Dignidade é fútil

Gente superior tem razão

Eu sou o rei que governava

Aquela festa brava

Bem longe deste quintal

 

Longe vão os dias

De grande folia

Para os lados de são bento

Tenho que estar atento

Que o respeito já não abunda

Em tão grave momento

Por quem deles tanto queria

Fazer deles povo fino,

A começar do nada,

Nada como escolher a raça

De coelhos

Qual mordaça

Recomendado era tê-los

Presos pelos cabelos

E dominar-lhes a traça

Tudo isto aconteceu

No muro da minha praça

 

“NICA”… , gritei eu,

Vai-te a ele e escorraça-o

Do muro do nosso quintal

Isto não é sítio certo

Para tal animal tão manhoso

Espalhar ódio por perto

Inferno já temos todos

De aturar diariamente

Torturas sem limite

A entrar pela rádio, jornais e TV

É um impiedoso coelho

Junto a outros artistas

Verdes alvarinhos, cristas, abertas portas

Gaspachos molhados

De tanta chuva apanhar,

Maduro de tanto roer

Macedos paulos e guedes

Justa paula sem cruz,

Quais ratos com “C”

E motas a transpirar

Não falando nos acólitos

Lambe botas e demais

Todos eles desgraça nossa

Espavoridos e atónitos

De tamanha patranha grossa

Para satisfazer raça maior

A tróica, dobrados cuidados acrescenta

A pedido do laranjal.

 

No meio do meu quintal

Estranhei…..

Vi a cadela serena

De calma tamanha

Brilho nos olhos de quem sabe

Que neste momento o que cabe

“deixa-os poisar”

Ele vai descansar, de cansaço adormecer

Quando acordar, brutal susto

De não saber onde está

Se agora não está bem

Quando acordar sofrerá

Um AVC intestinal,

E daí um esguicho

Pode ser ou não coisa fatal

Mas ficar bem

HUM…..Duvido

Cagará pela cabeça

Dirá que estômago já não pensa

E para que serve o umbigo

No intestino tanta trampa

Se ao que diz, já não ligo

Conta comigo, fiel amigo

 

Realmente…..

Atónito, espequei…..

Sem dúvida

Sábias palavras

Mas……

EU?.........EU????

Fiel amigo da cadela?

 

Do alto da varanda

Por cima do meu quintal

Este mundo ao contrário

Avisado bicho este

Espera….

Se bem percebi

AHHH…..

O animal sou eu,

Finalmente constatei

Que nos tinham enganado

No meio daquela febre

Em Junho de onze

Nos tinham servido

Prato de gato por lebre

 

Gato escaldado

De povo dorido tem medo

Qual liberalismo azedo

Dum gato pardacento

Remeloso, salazarento

Mais cedo que tarde

Casca de banana dos estrangeiros

Tal trovoada das finanças

Te dará da grossa borrada

Não percamos a esperança

Esqueçam tais foleiros

Acreditai….

Depois desta tempestade

Acordaremos

Com nova alvorada

 

No muro do meu quintal

Já não rima mais nenhum….

 

LUMAVITO

12/06/2013

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publicado às 23:40

PAIXÃO COISA SUBJECTIVA

por avidarimar, em 11.04.15

Gostaria de amar o mundo

Todo ele sem excepção

Entender a diferença, saber da postura

Ter noção de tolerância

Seria causa maior tal como esperança

Ou utopia, já não sei

Seria forte razão para acreditar

Que estaria formal de abundância

Em forte crença

Que o que parece também é

É mera questão de fé

Não fosse eu diferente

De quem atentamente

Das palavras que escrevo é leitor

E intérprete

Que vê o mundo com paixão nua

Sentimento próprio

Dos termos do seu colóquio

Com esta e outra gente vivo a minha

E a tua

 

Amar ardentemente     é coisa pungente,

Tem forte picante           que no arder da chama,

Já não é chama                 é incêndio

Cada um seu “ai” clama

Sem que não queira ser real

É a dita inclinação para relação maior

Com o ser vertical

Paixão é animal

Noutros casos   fatal

Nem por isso a deixes morrer

Eu vivo a minha                                na rua  no carro

De manhã e à noite

Na cama, no chão

Até que a alma sinta

Que vale a pena amar,

E que por tal      não sejas monumental

E fatalmente ingénuo

 

O que pode ser não será

Nestes casos     bela paixão

Pode ser assim                 de molde dúbio e perigoso

Afeto violento grande inclinação

Do violento já sabemos

Que o que nós queremos

Não é nada atroz

De inclinação

Não é coisa direita

Na análise nada tem de bondoso

 

Razão que temos pra sermos

Bastante mais seletivos

Nesta moda impar

O mundo que é diferente

Nada pode ter de único

Na diferente forma de amar

Eu amo sem inclinar

Este plano linear

Que o direito é fortuito

Já que a igualdade não é igual

Nesta forma de tratar díspar

Duas pessoas diferentes

Apenas pelo estatuto

 

Pode-se ainda abordar,

Paixão como impressão viva

É coisa impressa              com impressão

Coisa mais plástica

De outro modo de amar

Como goma e pastilha elástica

De mascar demoradamente

Para descontrair

E há já quem diga

Que a palavra “paixão” nada tem de cordata

Aliás coisa parca de qualquer consenso

Neste mundo imenso   que é o mais fértil

Na interpretação bem diferente

Cada qual que modele

Não pela cor da pele

Nem pelo dado sexual

Mas é   isso sim               na forma de amar

Conforme convém tratar

A conveniência minha em ter qual relação contigo

De amor ou negócio

Inverso ao meu ócio      antes castigo

Para o que o outro pretende

 

Amar o meu amigo         é purificar o coração

Para permitir que amor entre nele

Pois até o mel mais doce azeda

Se não cuidares que pote que o suporta

Nada tem que contamine

De forma porca e sabuja

O lixo que a amizade permite

 

Quem da paixão entende, que é

Perturbação desordenada do ânimo

Desordem maior não tem

No caldeirão das ideias

É maneira mais enrascada

De ver que universo

É coisa que, de modo intenso

Está perturbado

É roubar o espaço, a quem quer amar

Intensa e acaloradamente

Ainda que modo diferente

Se sinta mais confortado

 

Paixão é sentir diferente

Desta e outra mente

É calor da relação que o humano constrói

Na sua forma de amor em cada qual

Trator

É cor no coração

Que puxa a relação de farta amizade

Da tolerância e de constância

O motor

E a dor que a paixão violenta mói

Deixa marcas constantes

Em gentes que são diferentes

 

LUMAVITO

11/06/2013

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publicado às 23:22

A LEZIRIA DA VIDA

por avidarimar, em 11.04.15

Vejam esta festa,

Festa da alegria,

Encantos tamanhos

De quem tem sonhos,

Para aos outros cantar

Quanta coisa boa

Tem à vida a dar,

Versos de louvor,

Que com tanta dor

Vos quer ofertar.

 

E o cantor cantou….

 

Aqui dança a praia

Da nossa alegria,

Aqui está a areia

Do nosso areal,

Aqui vai a água

Do nosso arrozal

 

E o cantor calou….

 

A orquestra branda

Seus sonhos embalou,

A lira não mais parou,

O maestro, seus braços pára

Dois segundos, um compasso….

E o cantor cantou:

 

Nesta água parada

O arroz cresceu.

Na valada livre

O motor parou.

Já não há água

Para o arrozal.

 

 

E o cantor gritou:

 

Já não há sustento

Para o pessoal

Já não abre a escola

Do nosso saber.

Quero um dia lindo para,

De novo, sorrir,

E voltar a ter arroz integral….

 

E o cantor quedou….

 

Ouve-se o trombone, rugido tão grave,

A mão do mestre de novo agitou,

Gaitas e clarins,

Cordas e afins,

Berraram bem alto,

E o som partido mais se elevou….

 

S..i..l..ê..n..c..i..o…….

 

….Duas leves pancadas, da batuta mor,

Com voz magoada de tanta dor,

Sussurro ao fundo, da melancolia….

 

E o cantor berrou….

 

Baixem-se as armas, a guerra acabou,

Não gritem mais, que a paz voltou.

Juntem-se as donzelas

Para dançar com elas….

 

E o cantor chorou….

 

Sua amada querida ainda não voltou,

Rufar do tambor cala a minha dor,

Clarinete fino

Dá-me o teu tino,

Arpa melódica

Dá-me a melodia,

Violino fraco

Dá-me teu trato,

Concertina bela

Dá-me aquela que sorriso me dá

E feliz me porá.

Oh motor parado

Rega o meu prado

Para feliz, amar.

 

Fogueira sem lenha,

Não há vida que tenha

Norte para o leme

Do meu barco a remos,

E vivida assim,

Sem outros termos,

A vida não paga

De tanto sofrermos.

 

E o cantor respirou….

A fanfarra solta, se empertigou,

Cantarola bela

Prá rapaziada

Deixa-me embalar

Quem dormitou….

 

E o cantor cantou….

 

Ela mudará o forte sentir

Que o amor nos dá,

Cala a minha dor,

Meu roufenho tambor

E a música mudou

Importa sorrir….

 

E o cantor sorriu….

 

A tristeza louca

Nunca mais se ouviu,

O silêncio foi

E não mais voltou.

O grito de amor

Por quem tanto amou!

Oh fanfarra rouca

De tanto cantar

Corre mundo inteiro

Pra não mais calar.

O amor é tosco

E embebedado

Pra sorrisos ver

No teu penteado.

Olho brilhante,

E o grito cantante

Que não mais calou,

E também dançou

A valsa e o vira ….

 

E o cantor soluçou…

 

A vida não pára

O amor floresce.

Canta esta canção

A quem aparece.

Minha vida assim

É bem agitada,

Não a quero disforme,

Nem água parada,

Charco de ilusões

Para quem acaba

Achando bela

É a vida parada….

 

E o cantor balbuciou….

 

Oh neurónios meus

Reguem esta flor

Com cuidados teus

E de tal amor….

 

E o cantor cantou….

 

Canções de embalar

O ardor profundo

Que tem pelo mundo

Oh musas minhas

Não caleis a voz

Para eu escrever

O que é para nós.

Oh motor da vida

Regai o baixio

Não deixeis crescer

O nosso vazio….

 

E o cantor respirou….

 

Oh delírio meu

Canto à desgarrada,

Para encanto teu,

E da filharada

Cantando assim

Vivo a desfolhada

Deste doce fruto,

O maior conduto

Pra esta mesa

Que nos dá peito

Para conversa acesa….

 

E o cantor transpirou….

 

A música ensaiou novos acordes,

Ânsia em que mordes

Teus lábios bem ternos,

De olhares cândidos

E gestos fraternos….

 

E o cantor assobiou e cantarolou.…

 

O velho sorriu

Num olhar profundo,

Ventre encolhido

Algibeira no fundo

Nele é alegria

E tudo porfia,

O homem floriu

Com o vigor

Lhe dá o calor,

De ao que assistiu….

 

E o cantor tombou….

 

O escritor escreveu

O que não calou

Para o mundo seu

Saber da dor sua,

Que de amor sofreu.

 

LUMAVITO

11/06/2013

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publicado às 23:17

LÓGICA MUAR

por avidarimar, em 11.04.15

Chamando burra à mula,

Não é verdade não

A burra é burra sim,

Mula não é burra então,

Mula não dá filho ao burro

Burra pare do machão.

 

Burro é quem doutros aceita,

O que a ele não lhe convém,

Não distingue tamanha desfeita,

De patranhas contrafeita,

Não sabe o que contém,

Nem conhece de quem vem.

 

Não sejas burro, te peço

Abre os olhos em redor,

Regista o pormenor,

Pois é elevado o preço

Para a falta de rigor,

Este conselho é sem favor.

 

Mula é com bom rigor,

Passar despercebido sem se notar,

Não é tão estupido esse muar

Teimosa será assim,

Burro é o estupor

Que não veja esta coisa, por fim.

 

Neste dia de Camões,

Não te deixes montar,

Tens outras soluções,

Eles que vão procurar

Outras montadas possantes

Eles que se vão lixar.

 

Sejas João, Francisco, Rafael

Manuel, Joaquim ou pedro,

Não te deixes atingir por estilhaços,

Não te ponhas de joelho,

Pois ele corre em apressados passos,

Para o alvo da caça ao coelho.

 

Deves reconhecer este burro,

Por outra estratégia não ter,

Por ser tão casmurro,

A nós só nos faz sofrer

Que política, que futuro,

Mas breve,

Essa loucura vai morrer.

 

LUMAVITO  10/06/2013

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publicado às 23:14

ORGULHO DE QUÊ?

por avidarimar, em 11.04.15

Bicho eu, como assim?

Sou o delfim de outro ditador breu,

Exterminador, implacável,

Brilhante acho o pensar meu,

Quem se esquece do meu filósofo?

Tais relvas aparado, no meio deste prado,

Saiu daqui acossado,

Mas anda por aí,

De auditório em corredor,

Qual negociata mor,

Sorrateiro a dar autógrafo,

A cada raro admirador.

 

Em cinco do seis

De dois mil e treze

Como no dia a dia,

Papéis

Vergonha é coisa sem censo,

Esta figura de proa

Teve o desplante

Com cinismo e prazer,

De afirmar

Que tem muito orgulho

No trabalho que está a fazer.

 

A fazer ou destruir?

Pergunto eu,

Qual o elemento agora melhor

Da nossa vida,

No todo como país,

Individual nem falar,

Esta recuperação fingida

Reformar ou empobrecer

Recuperar ou afundar,

Fazer feliz ou desgraçar,

Criar colocação ou desemprego

 

De facto, tem feito pobreza,

Tem cavalgado avareza,

Construído a desgraça,

A todos despreza,

Conquistado desemprego,

É obra já patente

Em vez de falar verdade

Mente.

 

Laranja podre do meu quintal,

Porque andas ainda aqui,

Agarro no sacho e cavo,

Abro um buraco, e nele te mergulho,

Além de entulho,

Tu serás estrume

Da minha horta, não será por mim,

Que tu segues caminho.

Terra em cima, três palmos,

Aproveito, e contigo vai falsa porta,

Amigo do reformado,

Quando estiver enterrado.

 

Maçã podre do meu quintal,

Qual gaspacho, não te ocorre,

Em breve dará o salto,

Para os lados do banco europeu,

Que fique por lá muito tempo,

Espero eu,

Esperamos nós,

Que não se erga mais a voz,

Que vem aí outro mal,

Que frutos estes deu,

E que nasceu,

Lá por alturas de seis de dois mil e onze,

Não queiras estátua de bronze,

Nem sequer, de papel

Antes uma de pau,

Para te enfiar

No fundo da coluna vertebral,

Ou te pendurar no jardim,

Nosso espírito sossegarmos, no final,

Ou, se quiserem, por fim.

 

LUMAVITO, 9/6/2013

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 23:12

COUTADA NOSSA

por avidarimar, em 11.04.15

Por letras, palavras, expressões,

Sonetos e prosas,

Nestas ideias que anotas,

Tu que pensavas escrever,

Por vielas e linhas tortas,

Sem fim, até poder

Que fizeste?

Ficaste a ver.

 

Longe vão os dias de esperança e crer,

Impelidos pelo sentir a valia natural,

Fruto de na sociocracia, acreditar e amadurecer,

Conturbados momentos acrescentaram,

Noutra democracia este saber.

 

Porque esta não foi o que em mãos tivemos,

Tratando por tu o direito e dever,

Com mestria este povo segurou os lemes,

Se com trabalho o futuro não temes,

Cabe agora saber sofrer.

 

Não que de convicta forma o tenhamos escolhido

Pese aceitar que não sendo contributo meu,

Com todos fizemos a força

Uma parte não faz coisa grossa

Sozinho nas fraquezas, ninguém venceu.

 

Esta sorte foi de todos nós convicta escolha,

Tais as ilusórias promessas de mudança,

Acreditámos que folha a folha,

Juntaríamos de todos o esforço,

Faríamos um compêndio grosso

Que mostrasse a nossa esperança.

 

 

Das rosas tínhamos os agudos espinhos

Das foices e blocos a utopia,

A tolerância dos centros de mesa,

Das laranjas pensávamos, com certeza,

Para o próximo futuro, a nossa melhor via.

 

Quem escuta a promessa dum político

Se é honesto nele confia,

E este prato bem apresentado

Calculámos bem confeccionado,

E transmontano não mentia,

Fiel amigo, no dono não mordia.

 

Bastaram alguns dias, e surgiu a esparrela

Longas corridas de Trás-os-Montes ao Algarve,

Bem trajado, com ar sério e grave

Em lugar do tacho, prometeram grande panela,

Maravilhados ficaríamos com ela.

 

Menos tarde que cedo, se criou a convicção

Em lugar da desgraça

Criaríamos a ilusão

Que seria por rua e praça

Encontraríamos a salvação.

 

Há coisas que não rimam, e esta uma delas,

A ilusão continua um idílico castelo,

E porque não fazê-lo,

Estas laranjinhas com umas morcelas,

Dariam um prato consistente e belo.

 

Rápido dessas ameias, se viu esfumar tal certeza,

O tempo carregou de cinzento o céu,

Não seria como num florido sonho,

Que “aquilo que eu proponho”

Seja apenas engano meu.

 

Em vez do suculento prato

Na mesa comprida, as caldeiradas

Nomeações (desculpem, feijões) nem por isso

Em vez da rodela do chouriço,

Serviram unhas rentes cortadas.

 

Do salivar de imaginar,

Surgiram as dores de barriga

Gente a vomitar pelos nervos

De gente nobre agora servos,

No trabalho, não há lugar à fadiga.

 

Não há forte rima que resista

A um logro tão forte e duro

Há um plano do infame artista,

Se tal arte não almejei, fui burro,

Do longo caminho fiz curta vista.

 

“Se com saber, arte e manha,

Se enganam alguns parolos,

E com hábil matrafice tamanha

Usando de mais façanha,

Intrujaremos estes pobres tolos.

 

Se à minha esperteza, juntarmos esperteza tua,

Seremos os tais espertos,

É verdade nua e crua,

Eles estarão mais facilmente abertos

E não nos porão na rua.

 

Contaremos com presidente do laranjal,

De muito saber ajuntado,

Ele tem forma eficaz tal,

Com o povo entretido e preocupado,

Que conseguimos, em luta brutal.

 

Os velhos contra os novos,

Os novos contra os pais tesos,

Só nós não ficamos surpresos,

Vai real bagunça naqueles coitados tolos,

E na pobreza, o que merecem, vamos pô-los”.

 

E aqui chegados, a dureza dos tempos aconselha,

Que fria cabeça melhor resolve,

Dias melhores é coisa que não tarde volve,

E de quintetos a poesia já se afasta,

Perante esta crença tão nefasta,

Que a austeridade ainda não basta.

 

Não é preciso grande luz,

Para leste concluir,

Que no timbre em que a conversa pus,

Não conseguimos do clamor fugir,

Sextetos já não chegam,

Para da trama à indignação,

O espírito irá fluir.

 

“Crime”, disse ele, de voz altiva e atroz,

“Desde Adão que tudo é errado,

Só o algoz chicote corrige”,

Não suporto mais este jugo danado,

A dor inútil que inflige

E aquilo que a gente finge

Que não dói, mas dói,

E a cabeça mói, coelho este, danado,

Que não me apareça pela frente,

De forma intransigente, lhe gritarei ao ouvido,

Que, além do nariz comprido,

Pelo peso na consciência dessa mente,

Terá um envelhecer sofrido.

 

Tordo, rola, galinhola ou perdiz,

Tudo tem na caça, sua era,

Não é o povo que diz

Que chegou a hora feliz,

Se curvem os fugidios coelhos,

Para lhe atirar, certeiro, de joelhos.

 

A minha espingarda palavras dispara,

Que se esfumam pelo ar

Da indiferença do animal,

De humano não tem par

Nem foi criado para tal.

 

Arma minha a palavra,

Não te curva finalmente,

Não és dos que tem na mente,

Que dignidade não é indiferente,

Antes calada que aguente,

E solta, não a calarás para sempre.

 

Razões de sobra terás,

Para de trás dos montes não sair,

Não vá o diabo tecê-las,

Alguém marcado por estas querelas,

Fora de juízo perfeito,

Que já não tem espaço para o jeito,

Fará de modo insuspeito,

Aquilo que o roedor teme sofrê-las.

 

A desordem substituirá a ordem,

Naquela trémula figura,

Após o ar elegante ficará na carcaça a finura,

Chumbada de palavras que cortem,

Alguém que nunca pronunciou ternura,

Doçura,

Antes “ruptura, força dura”,

Implacável perante quem está indefeso,

E à desgraça é preso,

Por quem não envergonha a psicológica tortura.

 

Há já quem diga, fartos de tal fado,

Que não há na sorte nada perfeito,

Que na escolha da sorte, no meio deste gado,

Tão nefasto é o efeito,

“Volta Sócrates, estás perdoado”.

 

A vingança, essa será natura,

Não será pela humana mão,

Depois de tanta fartura,

E perante tanta tesão,

(leia-se: Força, intensidade, ímpeto)

Ficará a triste alusão,

Que foi um mau bocado que passámos,

Depois de tanta esperança,

Que com Abril rejubilámos.

 

Com este estado de alma,

Na testa a mão serve de pala,

Olhando o passado, pesadelo,

Afagando o cabelo,

Nada merece perder a calma,

Em breve, ao povo chegará a fala,

E diremos o que justo é,

Se alguns quiserem, com fé,

Caçado entre montes,

Nas covas,

Aprenderemos a cozinhar

Coelho à Torres Novas.

 

Para quem não sabe, que saiba,

Que de feijoada se trata, com tenros grelos

À mistura,

Não é coisa dura,

Bem suculenta, porventura,

Com piri-piri ou pimenta,

Assim se cumpre a natura,

Cada macaco no seu galho,

O coelho só no tacho, pérfida criatura.

 

O tempo tudo ensina,

O tempo tudo apaga,

Não alimentes tanta sina,

A tua mão não me afaga,

Teu hábito, chacina

É alimento que agrada,

Do coelho não se faz canja,

Nem caldo que se sirva,

Destes tiranos, a sociedade tem uma franja,

Que na História de um povo não clama,

Registo teu, só na lama.

 

Gato preto da nossa vida,

Qual coelho escondido e assustado,

És para nós a ferida

De uma chaga maior,

De tanta verdade mentida,

Não prolongues este fado,

Sai desta coutada que não amas,

Que anseias envolta em chamas,

Para voltar a desabrochar,

Assim não é de modo digno cantar,

Nossos versos de amor,

Dá-nos esse favor,

Vai, e leva contigo esta tróica,

De males insanos e interesses profundos,

Liberta-nos desta andança paranóica,

Queremos partir para outros mundos.

 

Outros figurões agora poupados,

Histórias terão deles,

Não serão só peles,

Das maquinações dos visados,

Há muito tempo avisados,

Que da sorte não hão-de fugir,

Será a natureza também

Porque tristes figuras destas não mais seguirão,

Para os lados de Belém

Não esqueçamos que ali bem perto,

Para os lados do Restelo,

Os velhos pronunciaram desgraça

Por todos os lados do Além.

 

Avisada anda a plebe,

Que no logro, à primeira,

Não tendo jeito nem maneira,

Não há forma de não cair,

À segunda,

Já dor profunda,

Se lhe prometerem a melhor lebre,

Haverá, ainda assim, gente a sorrir,

À terceira, senhores espertalhaços,

Não façam de nós palhaços,

Se tiverem por onde,

Vão lá morrer longe,

Nem que da lepra sofram,

Batam a outras portas

Que agora vocês servem,

Decerto não se atrevem

A pedir-nos mais migalhas,

Da vingança espalhaste a cultura,

Esta é a cova que agora talhas

Para a tua sepultura.

 

Falta cumprir outro objecto,

Outro tipo de democracia,

Porque esta faca do bolo,

Para o outro lado tende o corte,

Com hábil mão, e forte,

Que a fatia da aristocracia

Tem mais largura que a tua,

A mão que trabalha nunca está nua,

Isto da partidarite,

Dizer que não tem artrite,

Que sofre de longa saúde,

Chegará o dia em que a luva cairá,

E justiça justa se ouvirá,

Em rara e festejada atitude.

 

LUMAVITO 9/06/2013

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publicado às 23:08

COZINHADA PELA DOR

por avidarimar, em 11.04.15

 

Estavas triste Maria

A sonhar com ida beleza,

Olho teu traje rasgado e falto

Nos teus anos carcomidos pelo tempo

Esse teu semblante descuidado e incauto

Deste banco de jardim em que me sento

 

Marcas da alegria só nas rugas

Velhas vaidades escritas na memória

Carcomida pela angustiante figura imunda

Longe vai o guerreiro espírito de vitória

Na tua mente cresce essa dor profunda

 

Quem diria poucos tempos idos

Essa carcaça impressionante de nocivos tratos,

Tua figura esbelta, bela e atraente

Fazia de peixe e carne, legumes

Belos pratos

O estômago encheste a muita gente.

 

Teu jeito cuidado para todos

Com um sorriso nos lábios servias

Em cada dose mais um presente

Podia ser amálgama de carnes frias

Ora uma recheada dose de prato quente.

 O teu carinho e entrega a tantos presenteaste

 

Qual generosa criatura

Olho para ti agora, alguns anos depois

Marcada pela crueldade pura e dura

Do tosco farrapo que agora sois

 

Marcas impiedosas de quem não sofre

Do mal, do seu trabalho depender

Objecto fácil de conquista procura,

Pela ganância de rápida ida ao poder,

Forma de o conseguir, nem que seja a tortura.

 

Tortura pode ser chantagem, desemprego

Fome, humilhação, desprezo

Outra dor qualquer

 

Para o sádico governante não é terror

Como mera coisa se olha uma mulher

Que em troca procurava pitada de amor.

 

LUMAVITO 08/06/2013

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publicado às 19:53

DA QUEIMA AS FITAS DO MIGUEL VIEIRA

por avidarimar, em 11.04.15

Quem o vê não o ouve,

Não é atrevido mas sagaz

Não espera por ninguém,

Atirar-se ao trabalho sempre soube,

Sem olhar para trás

 

Ao olhar para isto, assim sem mais

De forma manhosa e matreira

A obra estaria funesta

É como se escolhêssemos a primeira

Entre a árvore e a floresta.

 

De aspecto fino e tímido

O louro cabelo ondulado

Astuto observador, teimoso,

Qual impossível que não há

E caracter bem vincado.

 

Os verdes anos da vida

Cedo revelaram persistência,

Ama o que melhor faz

Estudar e vencer desafios

Não desiste

Do que encontra resistência.

 

Assim é o Miguel

Prazenteiro, dedicado e sonhador

Eis que almejamos a meta no horizonte,

Só um grande lutador

Consegue beber desta fonte.

 

Vontade, inspiração não lhe falta

E aí está o resultado

Amargos dias e noites de fadiga

Não aceitou da vida o fardo,

Quem o conhece que o diga.

 

O rasgar do olhar

Por entre ramagens saltitantes do vento

Natureza, campo, ar livre, água, floresta

Conceitos de todo um pensamento

E quão simples lição de vida esta.

 

Ver, ouvir, sentir, aprender

Sem disto fazer alarde

É na mata a clareira

Saber que armazena que se farte

Só me apetece a ti dizer-te, Borges Vieira.

 

Das festas resta a memória

E o grato prazer de quem nos acompanha

Gratidão o sentimento, com certeza

É o grande degrau da montanha

Do caracter do Luís fica a nobreza.

 

No recato e no recanto da nossa conversa

Apetece-me gritar ao mundo

Que o Luís tem um singular condão

Que a ele ninguém vira a sua convicção

E que a todos cala bem fundo.

 

São coisas que se pensam e sentem

E não se dizem sem alma

Tiram da corrente do rio, o furor,

Lições que a vida não cala

E alenta quem à paixão não rouba o fervor.

 

LUMAVITO, 17/05/2013

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publicado às 19:52


Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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