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MOMENTOS ÚNICOS

por avidarimar, em 13.04.15

 

TÃO SÓ      TU

 

Ao acordar dum sonho

Elegi um objetivo

Pelas vielas do pensamento

Acordei o equilíbrio

No rosto amargo da agonia

Saboreei o alento

Num percurso estreito

Capturei um espaço

No mar profundo

Vislumbrei as estrelas cintilantes

No planar duma águia

Encontrei a tua garra

Em plena cidade

Ignorei a multidão

Senti a amizade

Na pata do meu cão

 

Numa poça de lama

Enterrei as minhas mágoas

Na toca escura da tristeza

Acariciei o orgulho

No lago fingido da mentira

Provoquei rebelião.

 

Fui a meio da floresta

Bebi a taça da alegria

Nas margens verdes do rio

Soletrei a força da torrente

Nas pétalas duma flor

Respirei o néctar da leveza

Nos píncaros da montanha

Gritei liberdade

Na barcaça da ignorância

Remei os mares do teu saber

Na face da rocha

Esculpi o teu nome

Na casca duma árvore

Desenhei o teu caracter

 

Nos degraus deste poema

Doeu-me

Triste     por mim

Não pelo que fiz

Não pelo que errei

Nem pelo que sei

Mas por tudo

Tudo o que não aprendi

E do que não fiz

Pelo empreendimento

Que não acabei

E pelo que não te ouvi

E pouco te olhei

 

Vagabundeei

Até ao fim do mundo

Companheiro da solidão

Encontrei-me, por aqui

E por ali

Quente, suado

Gélido, molhado

E chorei

Pensando em ti

 

Mas não é tarde

E o tempo espera por nós

Se queremos empreender

É tempo

Na manhã do teu percurso

Conquistado a pelejar

Tempo de aprender

Mais tempo pra fazer

Mais caminho a percorrer

Correr mais distância

Desenfreado

Todas as pessoas acordar

Do acomodar     adormecido

Sem vacilar

E olhar em frente

Rasgar o lado poente

Virar-me para o sul

Para todo o norte

E prá nascente

Vê-la correr

Encosta abaixo

Toda a resistência

A ultrapassar

A perseverança a consumir

Até à exaustão

 

É tempo de recuperar

O tempo que não foi tempo

Pois esse não foi tempo de fazer

É tempo pra mais alento

Para continuar a conquistar

Sem olhar pra trás

Percorrer os caminhos

Longos caminhos de emoção

Tempo de, todos os dias

Com o suor do rosto

Escrever com carvão

Ou com sangue

Nas nuvens da esperança

E da ambição

Páginas deste livro

Escrito todos os dias

Nos dias de calor

Como nas horas longas

Das ínvias noites frias

 

O que ontem era sonho

O que ontem abriste

E analisaste

Em cada peça

Em cada engrenagem

Tudo o que arquitetaste

E o que por ti foi acrescentado

E percorreste

Chegámos ao hoje

Nós, orgulhosos

Tu exigente

Hoje é aqui

É assim         de forma simples

Tal como o vemos

O sentimos

O inalamos

Mas sobretudo

O que imaginamos do amanhã

 

Este é o momento da viragem

Um caminho repleto

O início de outra viagem

De coragem

Essa ansiedade que espelha

O insaciável

De percorrer já hoje o amanhã

Fá-lo-ás a partir da manhã

Sem pesos, sem amarras

Com um grito de liberdade

Com o rasgo do atrevimento

 

Esse rumo está todo por percorrer

Os momentos do amanhã

Estão todos por viver

As lágrimas de amanhã

Estão todas por chorar

Os sentimentos de amanhã

Estão todos por sentir

E porque os momentos do amanhã

Estão mais ricos

Depois dos momentos de ontem

E dos de hoje

Os recantos do amanhã

Estão todos por desvendar

 

Vamos saborear

A brisa que nos envolve

Fechar os olhos

Respirar fundo

Sorrir

Maravilhados pelo que

Os nossos olhos veem

Os nossos ouvidos

Captam este momento

Deixemos que o que os dedos afagam

O córtex atente

A delícia do fruto

 

Quero ter braços

Pra abraçar todas as razões

Não mais perder

Um minuto de paixões

Mergulhar o poço inesgotável

Da ilusão

Com todo o sentimento

Que o sentir permite

Que o coração palpita

Num turbilhão

É por isso          por tudo isto

És tu

Apaixonadamente tu

Metade da razão

 

 

LUMAVITO

19/04/2014

 

À Ana Rita

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publicado às 22:59



Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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