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ATÉ QUANDO

por avidarimar, em 01.05.15

IMG_0038.JPG

 

Na falência dos dias de Abril

Ruidosa irrompe a passarada

Os campos vestem cor primaveril

Nos recantos desponta a vida

Em cada botão uma rosa inventada

 

Neste Abril que já foi quente

Resta agora soturno cinzento

O céu carregado está diferente

Chuviscos           aguaceiros          trovoadas

Triste choro       rotundo lamento

Das nuvens que passam revoltadas

 

Tal o céu              tal o tempo

Estas gentes deslizam abatidas

Rendidas à evidência do momento

Lambendo o sangue das feridas

Enterradas num cego desalento

 

Esse lado atrevido irreverente

Comum em tempos de revolução

Extinguiu-se fez-se em nada

Essa letargia de opinião

Mais parece agonia prolongada

Sem que desperte reação

 

Efémeros sinais reativos

Mais não são

Sem real foco apelativo

Uma agonizante mansidão

Talvez até agente passivo

 

Ou será que as manifestações

De um milhão se esvaziou no tempo

E que com o descartar

Da hipótese de eleições

Em fim de dois mil e catorze

Pôs a nu a chantagem de Belém

Vejam lá a quem isto convém

 

Será então

Um poupar de forças

Por umas quantas quinzenas

Por Setembro e Outubro

Que se aguarda apenas

Para depois sim

Tudo precipitar ao rubro

 

Interrogo-me

Se é preciso expirar

A geração que viveu setenta e quatro

Para emergir espirito de consciência

Nesta geração bem mais culta

Como em peça de teatro

Que trata a aparência

Mas sem reação forte

A quem mais os insulta

 

Sigo com atenção

E à distância

Se mudar com coragem

É a opção deste povo

E à partidária alternância

Quem sabe se continuado engodo

Em vez de nova aragem

 

LUMAVITO

30/04/2015

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publicado às 01:08


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Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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