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ABRIL DE HOJE

por avidarimar, em 13.04.15

Era um dia entre muitos

Todos os dias

Todos os minutos

Daqueles

Que a vida consome

Um dia diferente

Mas só aquele

Envolveu toda a gente

Não mais se falou

Da cinzenta tristeza

Da miséria

Da fome

 

Era um dia de Abril

Manhã cedo

Momento talismã

Dia em que o medo morreu

Se apagou outra gente

Gente vil

Naquela manhã

Entre sussurros          despertou

E veio a luz do dia

O dia em que

O filho, o neto, o pai e o avô

Se olharam de frente

Selaram o abraço

Com o adeus

A vinte e quatro

Rasgaram a tristeza

Agarraram a alegria

 

Foi nesse dia de Abril

Esse dia vinte e cinco

Que olhámos para trás

Esse fantasma da opressão

Angústia

Estômago sem pão

Esse bicho malvado

Jazia prostrado

No meio da cidade

Na mira

Da arma da coragem

Que disparou

Cravos de liberdade

 

No tempo em que respiramos Abril

Nos dias em que

O gelo evaporou

E

Do frio das noites escuras

Vislumbrámos o raiar do sol

Entre tantos, tantos mil

Gritos de revolta

Palavras de alento

Disparadas pelo

Brilho dos olhos

Do soldado que sorria

Cavalo à solta

Dentro daquela farda

Libertou-nos

da guilhotina

Das torturas

E vingou o cravo espetado

No cano da espingarda.

 

Foi nesse Abril

Que despertou a liberdade

Essa primavera do sorriso

Abril que nos trouxe verdade

Foi esse mês preciso

Foi esse mesmo soldado

Entendamos, deixou aviso

Liberdade não se compra

Conquista-se com sangue

Vive-se com entrega

Longe dos holofotes

Dormindo com a ousadia

Erguendo-se com a honra

Com braços mais fortes

Combatendo os farsantes

E a sua cobardia

 

Sem Abril

Igualdade será ausente

Sem Abril

Não teremos liberdade

Que possa seguir em frente

 

Abril é luta

É conquista

Abril é disputa

Permanente

Abril é e será sempre

O farol de quem sentiu

Que antes de Abril

Nenhuma voz sorriu

Mas este ainda é

O nosso Abril florido

 

LUMAVITO

01/03/2014

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publicado às 21:54



Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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