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À SOLTA

por avidarimar, em 13.04.15

É no monte

Que nasce a corrida

Armado para calcorrear

Qualquer trajecto

De ténis T-shirt e calções

Golpeando a colina

Por vielas serpenteantes

Com o verde dominante

Da imensa natureza

 

Lanço mão ao bolso

Do bolso que não trago

Do meu caderno de agruras

Rasgo uma folha de pesadelos

Atiro para trás uma traição

 

Veredas e atalhos

Em ritmo moderado

Abrem o rol das dúvidas

Angústias, e demais pesos

Que se adensam

Ao nível da provocação

A que o corpo se sujeita

Estas são as dores de parto

 

E pelo meio da natureza

O poema nasce

 

Minutos volvidos

Sem por isso dar

Já não se nota o peso

O ritmo estabiliza

A brisa não marca presença

O caminho escancara-se

E o rodado não deixa rasto

Ligo o sistema de sensores

 

E a par da natureza

O poema caminha.

 

E dou por mim

Rodeado de todas as cores

Sombras        raios de luz

Formas, plantas, caules

Arbustos

Seiva, pedúnculo

Sépalas de um cálice divino

Pétalas, cama de estames

Pólen de todos os sabores

Estame que namora

E se enrola com o estigma

Câmara da reprodução

 

E em comunhão com a natureza

Floresce o poema 

 

Abro o livro de emoções

Sonho acordado

Prazer é tudo

O que fica pra trás

O que nos ladeia

E tudo o mais

Tudo …

O espectáculo do silêncio

Embevecido pela brisa

Bem leve e ligeira

Amena

 

E com esta natureza

Cresce o poema

 

Lombas, curvas e travessas

Rampas        desníveis

Motores em alta frequência

O corpo embala

Nada o faz parar

Este duplo exercício

Serve prazer a quem escreve

Brinda com êxtase

A quem corre

 

E na imensidão da natureza

O poema amadurece

 

Numa investida final

O ritmo é intenso

A distância longa

O prazer imenso

Satisfação sem medida

Em jornada triunfal

Último sprint

Em pleno orgasmo do cansaço

 

E na exuberância da natureza

Repousa o poema

 

LUMAVITO

23/3/2014

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publicado às 22:01



Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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