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Esvoaçam as crinas aveludadas
E cavalgo todos os pensamentos libertinos
Que a brisa fria e nostálgica
Nos presenteia
Com a quietude do infinito
Aqui tão perto
Tomado pelo vento
O cabelo esvoaça revolto
Neste pedaço de vida quase perfeito
A grandeza dos montes
Impregnada pelo austero das estepes
Acentuou a distância
Que nos separa do mundo
Só há acima
E acima desta visão celestial
Só os montes sem vales
Montes cinzentos, azul-prata
O alvo da plenitude branca
Da neve sedosa e implacável
Tenho ganas de subir ainda mais
E fugir deste mundo agreste e babilónico
Não há Sírias nem Palestinas
Não há Coreias nem Venezuelas
Nem mortos no Mediterrâneo
No terreno não há lugar para a disputa do petróleo
E a Europa dos valores que se esfumaram
Está bem abaixo de nós
Esqueci o que vai nos vales
E só a magnitude me enche a alma
Cavalo e cavaleiro são levados pelo sonho
De desfrutarem sem fim
Este paraíso terreno
Acordar não faz sentido
LUMAVITO
CLXXXVII
20170427