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AS CORES DO FIM DO DIA

por avidarimar, em 14.01.17

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Viva  e Intensa

Prenhe o céu  que nos cativa

Esta coloração como se uma tela fosse

Despede-se imponente e altiva

Naquela névoa laranja  e doce

 

A tarde esvai-se na planura escaldante

E o pássaro do sul se vai esfuziante

Na esperança que amanhã se repita

O restolho debaixo dos pés crepita

E o sol tórrido aos poucos esfumou-se

 

Mais não é que quadro arrebatado

Uma miragem dos dias de calor

É pincel tela e tinta ao nosso lado

É alento coragem e fervor

De um dia intenso quase acabado

 

LUMAVITO

20170114

CLXXXV

 

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publicado às 18:24

FICA A MEMÓRIA

por avidarimar, em 08.01.17

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De muitas figuras se faz um povo

De figuras destacadas o seu carater

Se for preciso atrás voltar

E erguer-se de novo

Porque não

É a luta que marca uma vida

A alma duma nação

 

Não partiu sua memória

Permanece dele a coragem

Foi por todos arauto da liberdade

E o desprezo pela glória

Nunca pretendeu viver do consenso

Todos os dias controverso

Foi pra nós desapegado exemplo

Em busca da maior diversidade

 

Marcado fica Sete de Janeiro

Com ele se regista

Liberdade primeiro

Se cada um disser ao que veio

E ao falar não perder o freio

Alguém que não goste

Que se lixe

“Soares é fixe”

 

LUMAVITO

20170108

CLXXXIV

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publicado às 12:46

MÁRIO SOARES      

por avidarimar, em 08.01.17

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Em cada aspeto da vida, é inegável que não consigo disfarçar que tenho opinião sobre todos os acontecimentos no mundo à nossa volta. Para mim, é difícil não formar opinião sobre todas as coisas que nos dizem respeito a todos, como elementos da sociedade. Não faria sentido pertencermos a essa mesma sociedade, e ao mesmo tempo, não participarmos nas discussões que a nós dizem respeito.

Aliás, essa era uma conduta moral defendida pelo anterior regime político, em que a política deveria ser participada apenas pelos agentes políticos. Na maior das contradições, a seguir negava-se o direito à defesa de opinião contrária, nomeadamente por parte da oposição que, de algum modo, atuava sobretudo na clandestinidade.

Seria bem mais cómodo não me pronunciar sobre alguns temas, no meio social em que nos movemos. No entanto, a autenticidade obriga a que, para nós, o mundo não seja uma coisa de pouca importância, e o participar na discussão da coisa pública é, quanto a mim, um imperativo de consciência. Não faço disto um confronto, mas sim a minha participação.

Viver em sociedade pressupõe partilha dos contributos e dos desfrutos.

Naturalmente, cada individualidade contribui com a quota-parte natural e razoável, para o bem comum. É suposto que cada um contribua, na medida das suas faculdades. É suposto que cada um deva receber dessa mesma sociedade, o suficiente para as necessidades de existência, de acordo com os parâmetros de dignidade humana que cada cidadão merece.

É neste contexto que, neste momento, encaixo a notícia da morte de Mário Alberto Nobre Lopes Soares, com uma história de 92 anos de luta, e que ocorreu no Hospital da Cruz Vermelha, pelas 15 horas e 28 minutos, deste mesmo dia 7 de Janeiro de 2017.

De facto, a sua história pauta-se pelas opções que Mário Soares decidiu tomar, ao longo de toda a sua vida, em prole do serviço ao bem público. Filho de ex-ministro da 1ª república, formou-se na faculdade de direito de Lisboa. Cedo se envolveu em ações de contestação ao regime político vigente, até ao golpe do 25 de Abril de 1974.

Com a formação de advogado, em vez dessa, a sua vida foi orientada para a política. Poderia ter enveredado pela advocacia, poderia ter sido professor, poderia ter seguido os caminhos dos negócios da família; em suma, poderia ter tido muitas outras profissões.

O ímpeto que a verticalidade de caracter lhe conferiu, ditou que o seu rumo fosse a política. E os reveses foram marcantes, durante todo o percurso. Preso por diversas vezes, foi deportado para S. Tomé e Príncipe, e acabou exilado, até ao 25 de Abril.

Homem de convicções profundas, foi militante do Partido Comunista Português, fundou vários movimentos políticos, entre os quais a Resistência Republicana e Socialista. Em 1973, em conjunto com diversos elementos defensores dos mesmos ideais, funda o Partido Socialista.

Dotado de um caracter marcante e frontal, nunca enveredou pelo unanimismo, conferindo à sua ação o inegável direito ao contraditório, um defensor acérrimo da liberdade, promovendo a diversidade de ideologias políticas, contrárias à sua. Foi ele que incentivou Freitas do Amaral a criar o CDS, a fim de preencher um espetro político mais alargado, por forma a dar lugar ao contraditório.

.Frontalmente contra os consensos , e de uma coragem moral e física incontestável, elevou a liberdade como o foco máximo, no exercício do bem público

Nos momentos mais difíceis na política portuguesa pós 25 de Abril, Mário Soares não se eximiu a tomar posição, e a lutar em defesa do que entendia ser a solução mais correta para cada situação a resolver. E habituámo-nos a vê-lo defender posições que se vieram a revelar posteriormente, ser as mais corretas, não pretendendo defender a razão, antes de a ter.

Já de idade avançada, quando tudo defendia a proteção e resguardo da sua figura, foi à luta, em defesa das suas convicções.

Se tivesse que publicamente, ler estas palavras que agora escrevo, seria com voz embargada que tal discurso soaria. A comoção é incontornável para quem comunga de princípios ideológicos, e de caracter, com um defensor da liberdade, a quem apelidaram também, de animal político, tal o instinto genuíno para “gestão das nações”, o paradigma da política.

Imbuído deste espírito, apetece-me repetir o solgan cada vez mais atual, e que contém um misto de gratidão, e reconhecimento dos valores defendidos por esta figura de dimensão mundial:

“ Soares é fixe!”

 

LUMAVITO

20170107

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publicado às 11:58

FIM DE TARDE

por avidarimar, em 07.01.17

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publicado às 00:38

O POLVO

por avidarimar, em 05.01.17

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Tentacular

Oculto

Move-se no quotidiano

Disfarçado de mundano

Faz da vida um tumulto

Envolve-nos nuvem espessa

Numa atmosfera irrespirável

Faz de nós corpo imóvel

Até  que o sufoco aconteça

 

LUMAVITO

20170105

CLXXXIII

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publicado às 01:22


Pretendo abordar diversos temas da vida de um país, em claro desespero de sintonia entre governados e governantes. A forma pretende ser a poesia, com mais preocupação pelo conteúdo da mensagem que pela forma de estilo.

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