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Em cada esquina crepita o silêncio
Pela viela viaja uma lágrima
Solta pelo exército de emoções
Engrossa um mar de tristezas
Corroídas pelo sal do desespero
Oh pátria oh nação
Expurgas todos os líquidos
Que te correm pelo corpo
Definhas as raízes desenterradas
Pelos algozes capeados de veludo
Oh pátria oh nação
A geografia da liberdade
Resume-se a um vale
Em garganta espartilhada
Consumida pelas labaredas do poder
E que apagam a chama dos seus amantes
Oh pátria oh canção
Não deixes de cantar
Um país a desmoronar
O crepúsculo não é só queda
Também é claridade do oriente
Oh canção oh grito de dor
Não te rendas
Subleva-te
Vai de boca em boca
Eleva a tua voz da revolta
Vai mundo fora
Diz aos navios em alto mar
Que os outros secam a esperança
Deste povo estrangulado
Oh canção pauta de música
Entoa os versos feridos do poema
Acompanha a harpa que chora
Puxa pelo violino que geme
Espalha pelos sete cantos da cidade
Que apesar de moribundos
Ainda não morremos
No céu cinzento
Deste mar turbulento
Há gaivotas livres a voar
E os tambores já rufam
Ecoam cada vez mais forte
E troam a reunir
LUMAVITO
06/06/2015